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As sutilezas

Ontem, na aula de ioga, a professora nos incentivou a prestar atenção na posição da coluna em determinada postura. Ela dizia “São milímetros que você gira para acertar a posição”. Naquele momento, me lembrei de uma consulta com um osteopata há alguns anos, quando ele me prescreveu um exercício diário de movimentar a cabeça alguns milímetros nas direções indicadas. O exercício incluía olhar nessa ou naquela direção. Lembro-me de pensar “Como estes movimentos tão pequenos vão fazer diferença no meu tratamento?”

Logo eu, acostumada a gestos dramáticos e sentimentos intensos.

Os pensamentos foram me levando mais longe no tempo. Lembrei do dia, na aula de autoescola, quando percebi que o segredo da baliza era fazer com calma, movimentos lentos, cobrindo distâncias pequenas para ter tempo de virar as rodas. Sem exuberância.

Minha mãe era adepta do trabalho de formiguinha. Ela sempre me dizia “Vai fazendo um pouquinho a cada momento, sempre que puder. E quando menos esperar, o trabalho está pronto.”

E há ainda a famosa lei de Jack (o estripador) que nos exorta a dividir o problema em partes (piadinha macabra, eu sei).

O Livro “A Revolução do pouquinho – pequenas atitudes provocam grandes transformações” de Eduardo Zugaib, fala sobre o quanto a evolução pessoal (e global) é feita de pequenas coisas. Não nos faltam exemplos: a areia da praia, um céu estrelado ou uma orquestra.

O aprendizado é lento. E cheio de sutilezas também. Mas hoje já entendo a importância dos feitos milimétricos, dos mínimos passos.

Há uma frase conhecida que diz mais ou menos assim, “Faça o que puder, com o que tem, do jeito que conseguir.”

E uma conclusão me ocorre agora. O sonho, a meta, pode ser grande, mas sua realização tem que ser em pequenos passos. Por partes…

2 respostas em “As sutilezas”

E muita gente se esquece disso e pensa grande demais. Agora estou aprendendo que é nas pequenas coisas que conseguimos dar grandes passos.

É o que estou fazendo na busca do meu tão sonhado livro solo. É indo a oficinas literárias (embora poucas), é treinando incessantemente e lendo igual a um “viciado”, como sempre dizia meu professor Márcio Ezequiel.

E também aprendendo o ofício a cada comentário. É aquela história que o Martinho da Vila sempre diz: devagar, devagar, devagarinho.

E sutil ao extremo.

Até a próxima, amiga escriba.

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