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Que a estrada se levante

Quando parece que não há saída para um problema, quando já não sei mais o que fazer, lembro de uma bênção irlandesa que diz: “que a estrada se levante pra te encontrar” (may the road rise to meet you). Pra mim, essa frase quer dizer que, além do caminho que trilhamos com as nossas próprias pernas, existe a possibilidade do inesperado, daquilo que ainda não vemos e que está fora do nosso controle.

Esse inesperado já me tirou de becos sem saída algumas vezes. Uma vez, foi um convite pra participar de um processo seletivo em uma empresa para a qual eu sequer havia mandado currículo (fui indicada por uma ex-colega de faculdade com a qual eu tive pouco contato, mas que sabia do trabalho que eu havia feito em um cargo anterior). Em outra ocasião, uma conversa entre dois estranhos, que eu ouvi sem querer na praça, me ajudou a solucionar um problema. Tudo já estava ali, acontecendo, independente de mim. E, na hora certa, me encontrou.

Não, eu não gosto da positividade tóxica do “tudo vai dar certo”. Mas, pra que a minha mente ansiosa não perca o controle (ou melhor, pra que ela SAIBA que não pode controlar tudo), preciso me lembrar desses episódios em que as oportunidades certas apareceram, assim, “do nada”. É bom lembrar que nem tudo depende da minha ação, do meu planejamento. É bom lembrar que o mundo gira e cria conexões as quais eu sequer poderia imaginar. Que existe um invisível (que podemos chamar de acaso, ou Deus, ou Universo) agindo sem que a gente veja.

Então, quando não consigo ver a solução, em vez de tomar atitudes desesperadas ou pirar tentando encontrar respostas, lembro de dar um passo atrás, abrir espaço para o inesperado. A gente caminha só até onde enxerga. Depois disso, é a estrada que se levanta.

Precisei lembrar disso na última semana. E, agora, venho aqui pra te dizer também, caso tu esteja tendo problemas pra identificar qual o próximo passo a ser dado: desejo que a estrada se levante pra te encontrar.

2 respostas em “Que a estrada se levante”

Tens toda razão nesta crônica. É preciso parar de correr que nem louco tentando algo intangível e as vezes, esperar pelo acaso que pode dar uma mão no nosso caminho.

É. Me identifiquei nesta história. Preciso ter paciência e perseverança nesta estrada.

Quem sabe um dia não se levanta pra mim, não é?

Até a próxima.

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