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O que eles têm na cabeça

Não assisti à transmissão ao vivo da posse de Donald Trump, mas, inevitável, vi alguns trechos nos noticiários. Que chapéu aquele da Melânia, hein? Eu, fã dessa peça de vestuário, achei lindíssimo, estilo boater – o eleito pelas sufragistas do século XIX e incorporado ao movimento feminista. Algum conflito com as políticas do cônjuge? Ou seria uma menção àquela distópica série baseada em best-seller? Vai saber…

Em várias épocas da história mundial, o chapéu foi indicativo de posição social. Na antiga Roma os escravos eram proibidos de usá-lo. A Igreja Católica os usa para identificar a ascensão dos membros do clero. Outras religiões também se utilizam de chapéus e similares em seus cerimoniais.

Chapéus são usados desde a antiguidade com a função de proteger. Podem servir, também, para ocultar. Muito comum quem os use (em suas mais diversas formas) para esconder o escassear dos cabelos, fruto do passar do tempo. No caso da primeira-dama estadunidense, a peça encobria os olhos, inquietos, talvez, sarcásticos, possivelmente, combinando com o sorriso no mesmo tom, em uma das fotos que virou meme.

Para o presidente Lula, o chapéu escondeu as marcas de sua recente estadia no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Chapéu panamá que, apesar do nome, é fabricado no Equador — você sabia? — porque usa uma palha que só lá existe. Ficou parecendo um turista nórdico com medo do sol em terras tropicais.

Um chapéu pode ser usado, ainda, para manter distância. Sim! Já tentou abraçar e beijar alguém usando chapéu? Talvez tivesse sido útil incluir essa peça nos equipamentos de segurança obrigatórios na pandemia, junto com as máscaras e luvas.

A maioria das vezes o chapéu se torna um diferencial, a marca daquela pessoa. Na atualidade ainda mais, já que há muito não faz parte do vestuário de pessoas comuns. Um bom exemplo é o chapéu coco de Carlitos, não dá para imaginá-lo sem ele. Ou os chapéus dos mocinhos e bandidos nos faroestes, que são quase um personagem separado. E o que dizer das peças de cores vibrantes, combinando com a roupa nos modelos monocromáticos de Elizabeth II. Aliás, os chapéus nos eventos oficiais ingleses merecem um texto à parte.

Poderia puxar muitos outros personagens de minha cartola, gente de tirar o chapéu! Mas vou saindo da sua aba e parando por aqui. E para não fazer mesura com chapéu alheio, agradeço às personalidades aqui citadas e às páginas de pesquisa na internet, que me ajudaram a escrever estas linhas.

3 respostas em “O que eles têm na cabeça”

Finalmente coloquei as crônicas em dia sem precisar tirar o chapéu com o perdão do trocadilho.

Mas falando de chapéu, só agora sou adepto deles. O meu preferido é o boné que uso pra caminhar e me faz lembrar um lutador de videogame que jogo as vezes, Terry Bogard. O boné é a marca registrada dele.

Sem falar na boina popularizada pelos Peaky Blinders e pelos revolucionários. É legal de usar e um de meus acessórios preferidos também.

Mas o chapéu não tem pra ninguém. É bem icônico e variável como o sombrero utilizado pelos mexicanos ou a ushanka pelos russos, que mais parece um gorro do que um chapéu.

Mas uma coisa é certa. Eles não saem das nossas cabeças e mentes.

É isso, Luciane. Um grande abraço e até a próxima.

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