Calma! Respeito o seu direito de decidir apenas ter uma filha (o)(ou simplesmente não ter) da mesma forma que também não vejo problema em você gostar de ser filha (o) única (o). Mas, é nas andanças da vida que descobrimos que precisamos de uma irmã.
Existem várias teorias que visam explicar de onde vem a rivalidade feminina. Muitos se agarram na ideia de que a mulher descende de Eva e por isso, é natural a vilania, já o feminismo defende a sororidade (união entre as mulheres) como uma prática necessária, visto que uma vez unidas é mais fácil reivindicar direitos e enfraquecer preconceitos enraizados. A escritora, Vilma Piedade, também versa sobre essa rede de apoio estabelecendo o conceito para dororidade, afinal a mulher negra enfrenta todos os problemas femininos com um teor a mais: o racismo.
Seja qual for a sua crença ou ideologia, é nítido pelo disparar do feminicídio e de guerras e mais guerras que o mundo carece de uma rede de apoio. Poucos querem escutar. Muitos querem competir. Poucos querem olhar para o próximo com candura. Muitos encontram argumentos tolos para atitudes frouxas. Poucos querem se mobilizar. Muitos querem que você faça a revolução que os beneficie e dê assuntos para eles rirem.
Enfim! Perpassa a questão de gênero (não que as causas sejam inválidas), é uma questão humana. Porém, ainda há poesia. Hoje, no apartamento 172 após receber uma ligação de um amigo que disse “Não se preocupa. Estou com você todos os dias, fale o que desejar” a mesma moradora, recebeu uma mensagem de uma amiga que dizia:
“A cada dia vai doer menos. E eu estou aqui para te escutar tá!?”
Assim, um leve sorriso se formou nos lábios da moça que estava diante do tal segredo de liquidificador entoado pelo Cazuza.

“Dona de toda rima que há em mim.”
Nascida sob o sol de fevereiro de 1993, Deise Natividade é natural de Salvador-BA e atua no mesmo estado como professora de língua portuguesa e revisora de textos acadêmicos. Tem paixão pela escrita desde os tempos da escola, época na qual descobriu por meio da sua professora de sociologia o gênero textual que escrevia: Crônicas. Em 2023, conquistou o 2° lugar no X Concurso Nacional de Projetos Escolares de Incentivo à Leitura- Prêmio Professor Electro Bonini.
10 respostas em “Você precisa de uma irmã.”
Todo mundo precisa de alguém e se esse alguém tem a mesma origem que você, tanto melhor. Linda crônica e muito pertinente, parabéns.
Obrigada pela leitura. De fato, a mesma origem rende as melhores compreensões
Verdade. É muito bom compartilhar a vida com alguém que tenha a mesma origem que a nossa. Obrigada, pela leitura!
Eu tenho uma irmã mais velha. Mas, assim como as amigas, as irmãs também precisam ser cativas, conquistadas (ambas as palavras no sentido mais carinhoso possível). Demoramos anos para nos encontrar como irmãs, não somente de sangue, mas de lutas, de labutas, de vitórias, de vida.
Parabéns pela mensagem da sua crônica.
Um abraço.
Outro abraço, Nádia! Concordo contigo. Demoramos mesmo para encontrar essa conexão. Uma vez encontrada nos energiza. Precisamos dos parceiras de batalha.
Adorei o tema da crônica. Tão necessário, não é? Precisamos de apoio e muito, para lidar com nossos segredos de liquidifica dor. Parabéns!
Muito! Após, uma “sessão” de liquidificador da dor rsrsrs saímos melhores e mais fortes. Afinal, tanta luta nos leva a exaustão. Obrigada, pela leitura!
Obrigada pela felicitação e pela leitura. Também acredito que o sistema afeta a todos, por isso que é tão importante seguirmos estabelecendo redes de apoio.
Sinta-se abraçado.
Posso dizer que fico feliz por ter uma irmã mais velha que me ajuda e me acalma nos momentos mais complicados da vida.
Sabe qual o problema de nós, homens? É que não sabemos amar as mulheres, não percebemos o quanto elas são capazes de mudar o mundo pra melhor e só pensamos em apenas uma coisa: mostrar quem é o mais macho da paróquia, quem é o mais pegador e blá, blá, blá.
E o problema é que não somente as mulheres sofrem com esse patriarcalismo de m…. Alguns homens sensíveis também sofrem com isso, afinal vem aquela baboseira do c… de que o homem não pode chorar quando acontece algo triste.
No fim das contas, vocês é que deveriam ser as donas do mundo e não nós. Emília Freitas, a escritora cearense de a Rainha do Ignoto, deve estar orgulhosa de vocês por nunca desistir de seus sonhos mesmo com o mundo ao seu redor torcendo contra.
É isso. Um grande abraço e feliz dia Internacional da Mulher (hoje e todos os 364 ou 365 dias do ano, já que 2024 é bissexto).
Fico feliz com a tua leitura e obrigada pelas felicitações. De fato, é uma problemática que afeta a todos, mas o bom é que pouco a pouco muitos vem tomando consciência e chegando a conclusões preciosas como a que você chegou e comentou tão bem.