Parece até que foi ontem, de tão presente que está em minha memória. Estava sentado neste mesmo canto, trazia comigo a boa e velha caderneta de anotações e a minha caneta Bic de quatro cores. Pensava em algumas coisas para rabiscar. Rascunhava o que faria com a possível oportunidade de encarar mais um ano.
A casa estava tão silenciosa que não havia ranhuras entre os pensamentos e a ponta da caneta. Sonhei muitas coisas enquanto admirava o mosaico na parede do fundo da sala. Baleia lambia as pontas dos meus dedos com tanto amor e afeto que chegava a fechar os olhinhos─ uma das minhas sessões de terapia favorita. Se você tem pet devia experimentar.
Enumerei doze ações para o novo ano que se avizinhava, passos que daria para me tornar um ser mais humanizado. Escolhi algumas metas como quem escolhe frutos frescos em uma feira livre. De olhos fechados sentia o cheiro de esperança que elas exalavam. Algumas, penso que ainda alcançarei. Outras, não sei se devo lança-las no espaço do planner para 2024. Não ter conseguido alcança-las deixou-me marcas amargas.
O fato é que estamos chegando ao final de mais um ano. Hora de fazermos a retrospectiva do que foi 2023. Reconhecer erros, comemorar os acertos, compreender onde marcamos pontos positivos e onde o saldo ficou devedor. Contabilizar no livro razão de nossa existência o saldo deste ano e nos preparar com fé e ousadia para 2024.
Vou terminando a crônica como quem rompe o ano no meio de pessoas amadas, nutrindo o sentimento/desejo que o próximo ano seja repleto de grandes realizações. Que consigamos manifestar em nossos espaços os gestos mais lindos de nossa humanidade. Que o nosso “te amo” venha carregado de peso, sentido e honestidade. Seja o perdão a nossa maior arma contra o império do ódio e das mentiras. Se for para dever que seja afeto, reciprocidade e amor. Que possamos enxergar, de fato, o mundo para além do nosso umbigo ─ esse será um dos maiores desafios.
É isso! Espero vocês em 2024 para mais um capítulo de nossa odisseia. Feliz 2024!!!
Cidadão carioca, apaixonado pelo Botafogo e suburbano mesmo, com orgulho. Morador de Costa Barros, preto, sim senhor! Pai do Matheus e da Baleia. Marido [amante e namorado da mesma mulher], cronista, professor de Língua Portuguesa, jornalista em formação, aluno da escola da vida. Amante de boa música, boas leituras, séries e conversas. Escreve sobre o que pensa sem medo, mas com responsabilidade. Gosta do exercício de se colocar no lugar do outro. E acredita que por não existir perfeição debaixo do sol os rótulos são apenas metáforas.
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6 respostas em “Tudo novo de novo”
Feliz ano novo meu amigo . Muito boa sua crônica. Adorooooooo👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻❤️
Cris, feliz 2024!!!!!
Que seja um ano marcado por boas histórias nas nossas vidas.
Perfeito!! Melhor texto de 2023!!
Querida Bruna, feliz 2024!
Obrigado por todas as leituras e comentários ao longo de 2023.
Espero que 2024 seja um ano pleno de realizações para você e para a sua família.
Nos vemos por aqui e pela vida, permitindo Deus!!
Muito legal tua crônica e me vi nesta mesma situação de retrospectiva.
Embora meu ano tenha sido complicado e difícil, consegui realizar alguns objetivos e firmar-me um pouco na literatura.
Ainda tenho muito o que trilhar se quiser realizar o sonho do livro solo e espero que em 2024 isso se torne realidade.
E pra terminar, um feliz 2024 pra ti também. E com certeza te acompanharei nos seus escritos até o fim.
Um grande abraço.
Caríssimo Mario, feliz 2024!
A vida é assim mesmo! A melhor coisa é viver um dia após o outro.
Nos momentos mais difíceis do meu ano — e da vida também– eu lembro sempre da música ” volta por cima”, clássico da diva Elza Soares. Respiro fundo, olho para o céu e toco o barco ( para lembrar o Boechat).
Obrigado pela companhia em 2023. Seguiremos fortes por aqui em 2024.
Abraços!!!