Ao olhar o DVD em suas mãos, ela riu e se interrogou “Quem ainda usa isso?” Mas, a possível respostas foi interrompida pelo embalo da música que a fez dançar. Fazia tempo que ela não dançava. Fazia tempo que ela não fazia perguntas bobas a si. Afinal, é fácil perder-se na loucura do dia a dia (e se for mulher essa tal loucura, só aumenta), No entanto, aquela quinta-feira estava diferente. A mulher que se pôs a dançar estava degustando a solitude.
A sociedade cria a ilusão de que precisamos estar sempre acompanhados e como não queremos ser o coitadinho ou coitadinha da vez, nos emaranhamos em relações(amizade, familiares, amorosas e profissionais) que só roubam o nosso ar e assim, o resultado não pode ser outro. Solidão é o diagnóstico. Você estar cercado de pessoas, mas sente falta de algo… E a aparência não nega. A tristeza faz morada.
Já a solitude é outro patamar. Você não sofre. Você agradece pela sala vazia, porque alcançar a paz, consegue refletir sobre quem é você e sair completamente transformado ao ponto de não acreditar quando outros(por maldade ou erro de interpretação) tenta te rotular de algo que você sabe que não pertence a você. A autora Anne Morrow Lindbergh na obra” Presente do mar” afirma que toda pessoa, em especial, a mulher deveria ficar sozinha por algum tempo e o motivo das horas vazias não é para dançar freneticamente pela sala, mas como ela explica “(…) A mulher precisa de solitude para reencontrar sua verdadeira essência.” Isso não faz sentido?
Eu não sei o que aquela mulher fez após a música parar de tocar, todavia nesse exato momento em que “quase posso tocar o silêncio” eu quero encontrar uma poltrona ou até jogar umas almofadas nesse chão e torná-lo o meu “bom lugar para ler um livro.”
“Dona de toda rima que há em mim.”
Nascida sob o sol de fevereiro de 1993, Deise Natividade é natural de Salvador-BA e atua no mesmo estado como professora de língua portuguesa e revisora de textos acadêmicos. Tem paixão pela escrita desde os tempos da escola, época na qual descobriu por meio da sua professora de sociologia o gênero textual que escrevia: Crônicas. Em 2023, conquistou o 2° lugar no X Concurso Nacional de Projetos Escolares de Incentivo à Leitura- Prêmio Professor Electro Bonini.
9 respostas em “O prazer da solitude.”
Essa é a função da solitude. Estar bem consigo sem a “necessidade” que a sociedade impõe e sim! É bom um pouco de tudo. Algumas coisas sozinha (como organizar a mente) e outras acompanhado de quem nos faz bem 💙
Adoro a solitude também, Deise! Parabéns pela leveza do texto. 🙂
Nos faz tão bem não é!?
Obrigada pela leitura! 😍
“Solitude” é uma palavra que tomei conhecimento somente esse ano. Eu não sei, sempre senti medo da solidão, não imagino como poderia ser feliz se fosse uma pessoa que não pudesse desfrutar de uma boa companhia. Talvez a solitude seja uma vertente do “estar sozinho” e não o de ser sozinho. Parabéns pela crônica Deise, é de pensar bem.
Bem isso. Não ser sozinho, mas reservar um tempinho para si e não se deixar levar pela ideia de que precisamos estar sempre acompanhados, pois é assim que deixamos de vê um filme, fazer uma viagem ou ir em uma exposição.
Obrigada pela Leitura!
Cada um deve fazer o que gosta,o que te faz bem,seja só ou em companhia,o mais importante é está realmente feliz e bem com você mesma.
Obrigada pela leitura!
Essa é a função da solitude. Estar bem consigo sem a “necessidade” que a sociedade impõe e sim! É bom um pouco de tudo. Algumas coisas sozinha (como organizar a mente) e outras acompanhado de quem nos faz bem 💙
Ah, a solitude!! Como é importante para fazermos isso nessas vidas tão corridas e agitadas.
Não existe nada melhor do que isso. Eu que o diga. A solitude é um elemento crucial pra mim porque e ela que me mantêm vivo e lúcido.
Uso-a para me preparar por completo na tentativa de socializar-se mais uma vez com as pessoas. E quando não dá certo, volto a ela.
E é assim que sigo a vida. O problema é que a sociedade quer que a gente tenha companhia sempre, sei lá, parece que tem horror a lobos solitários ou pessoas que gostam de ficar sozinhas. É muito louco!!
E é isso, Deise. Cada um com sua solitude que o deixa feliz e confiante pra vida.
Um grande abraço e até a próxima.
Obrigada pela leitura!
Viva a solitude! Ela que é a responsável por não ficarmos loucos e pela criatividade😁✍️